1 Coríntios 15

1 Coríntios 15 1-58

1 – Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais;
2 – por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão.
3 – Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,
4 – e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
5 – E apareceu a Cefas e, depois, aos doze.
6 – Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem.
7 – Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos
8 – e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo.
9 – Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus.
10 – Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.
11 – Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes.
12 – Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?
13 – E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou.
14 – E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;
15 -e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam.
16 – Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
17 -E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
18 – E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram.
19 – Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.
20 – Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.
21 – Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.
22 – Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.
23 – Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.
24 – E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.
25 -Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés.
26 – O último inimigo a ser destruído é a morte.
27 – Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou.
28 – Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.
29 – Doutra maneira, que farão os que se batizam por causa dos mortos? Se, absolutamente, os mortos não ressuscitam, por que se batizam por causa deles?
30 – E por que também nós nos expomos a perigos a toda hora?
31 – Dia após dia, morro! Eu o protesto, irmãos, pela glória que tenho em vós outros, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
32 – Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos.
33 – Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
34 – Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa.
35 – Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm?
36 – Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer;
37 – e, quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente.
38 – Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado.
39 – Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes.
40 – Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.
41 – Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor.
42 – Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória.
43 – Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.
44 – Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.
45 – Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.
46 – Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual.
47 – O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.
48 – Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais.
49 – E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial.
50 – Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.
51 – Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos,
52 – num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 – Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.
54 – E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
55 – Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56 – O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 – Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
58 – Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.

Oração: Pai Santo, glorioso e eterno, te agradecemos pela a iluminação do teu Santo Espírito para que conhecesse melhor a tua palavra através do estudo, te pedimos perdão pelos nossos pecados, te pedimos sabedoria e humildade, te agradecemos por Jesus morrer por nós mesmo sem merecermos nada, hoje sabemos e cremos que todos os que são de Cristo ressuscitarão para vida eterna. Aleluia! Oro em nome do Senhor Jesus.

Resumo do contexto histórico de Corinto

O apóstolo Paulo relata em (16:8) que escreveu sua carta quando estava em Éfeso durante sua terceira viagem missionária 53-57 d.C. Paulo chegou a Corinto depois de sua visita a Atenas(At 17:16-34), algumas informações importantes sobre a fundação da igreja de Corinto, durante sua segunda viagem missionário ( 50-52 d.C; At 18:1-11), havia uma experiência renovada em sua mente a convicção da tolice da sabedoria humana . Primeiro, evidentemente, este incidente com os filósofos atenienses havia aumentado a determinação de Paulo para a pregação da mensagem simples da cruz, não importando quão ofensiva fosse considerada por alguns (2:1-5). Segundo, com o apoio de um casal cristão influente, Áquila e Priscila (16:19) Paulo pregou na sinagoga e seu ministério aos gentios. Terceiro , a congregação cristã em Corinto, composta de judeus e gentios, floresceu dramaticamente. (At 18:8-10). Finalmente, o ministério de Paulo em Corinto foi razoavelmente longo.Paulo tinha razões para esperar que os cristãos Coríntios tivessem um pouco de maturidade espiritual.

Paulo resolveu plantar essa igreja de Corinto, por que era das maiores cidades do mundo romano e uma das mais corruptas (Atos 18:1) uma das mais importantes da época, onde tinha dois importantes portos. Corinto era uma cidade grega, ficava próximo de Atenas, capital da Grécia; para o apóstolo Paulo evangelizar a cidade Corinto era uma questão de estratégica, sendo uma cidade cosmopolita, cheia de novas idéias, grandes filósofos e pensadores, Paulo entendia que o Evangelho poderia mudar a cosmovisão da cidade.

Também a cidade era conhecida por ser uma das mais depravadas, a prostituição aflorava por conta da deusa Afrodita, considerada deusa do amor; e o homossexualismo influência do deus Apolo, onde induzia a juventude de Corinto a se entregar ao homossexualismo.

Filosofia grega – A igreja de Corinto começou a abandonar a fé, e substituir pela filosofia grega. Essa filosofia acreditava na imortalidade da alma, mas não na ressurreição do corpo. Os gregos acreditavam no “dualismo”, onde o espirito era bom, mas a matéria era má, eles se inclinavam para o ascetismo ou hedonismo.

“imaginava que o espírito desencarnado do homem atravessava as esferas planetárias para finalmente abandonar cada parte da existência em carne e osso do homem, até a sua consciência e raciocínio”. Essa abordagem grega estava baseada no conceito de que a matéria, ou a substância material, era a origem de todo o mal. Assim sendo a doutrina da ressurreição é algo desprezível aos olhos daqueles que eram influenciado pelos pensamentos gregos.

V. 1-2 Capítulo 15 começa com apóstolo Paulo lembrando quando pregou o Evangelho em Corinto quando esteva lá, o Evangelho não mudou, vocês receberam de todo coração, creram em Jesus Cristo. Paulo tinha necessidade de falar da ressurreição dos mortos, porque havia algumas pessoas que em Corinto falando que não tinha ressurreição dos mortos, ou seja negava,v.2 por ele também sois salvos Se Cristo não tivesse ressuscitado, não teria como salvar ninguém.

V. 3/11 Evidências para ressurreição

v. 3 Entreguei o que também recebi, a Palavra que Paulo pregava não resultava de seus próprios pensamentos, mas da realidade que ele havia recebido: o conteúdo de sua pregação era a história do Cristo que o comissionara a pregar. Vale lembrar que, apesar de ter iniciado o trabalho cristão em Corinto, Paulo sofrera terrível oposição de algumas pessoas que se opunham a seu trabalho, considerando-o em plano inferior. A resposta do apóstolo apresenta a filosofia de sua pregação. Sua presença entre eles objetivava unicamente anunciar o evangelho, o que ele soube fazer com simplicidade, no poder do Espírito Santo, para que a fé que eles tinham fosse firmada no poder de Deus (1Co 2.1-5)

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V. 3-4 Cristo morreu pelos nossos pecados diz as Escrituras, se Cristo não ressuscitou seria tudo em vão, tudo estava profetizado, Jesus ressuscitou conforme as Escrituras.

V. 5-11 A ressurreição de Cristo foi visto por várias testemunhas. Pedro, Tiago e pelo os doze, também mais de quinhentos de uma só vez. Se estivesse falando uma inverdade, seria pego na mentira. Paulo disse: Cristo foi visto por mim o último dos apóstolos. A ressurreição tem provas incontestáveis v.5-8. Ainda a vida dos discípulos após a ressurreição de Jesus, os levantou como homens ousados.

Os céticos tem atacado essa doutrina, alegando que Cristo chegou a morrer, e que os discípulos furtaram o seu corpo.

V.12-13 Se que se prega é isso porque tem entre vocês um grupo que afirma que não há ressurreição dos mortos? Se nós negarmos que os mortos não ressuscitam, com isso vai negar a ressurreição de Cristo? Seria possível desvincular a ressurreição de Cristo com a ressurreição dos mortos? Resposta: Absolutamente não.

Negar a ressurreição de Cristo implica em:

  • Se Cristo não ressuscitou o ministério dos apóstolos foi em vão. v.14
  • Somos todos falsos testemunhas de Deus v.15
  • Paulo é enfático: Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis em vossos pecadosv17
  • Se Cristo não ressuscitou, a sua morte não foi vicária, e por isso ainda estamos perdidosv,18
  • Se Cristo não ressuscitou, não há a bem aventurança eterna.
  • Somos os mais infelizes de todos os homens. Paulo conclui : Se a vossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida v.19
  • Se Cristo não ressuscitou o crente é a pessoa mais infeliz v.19
  • Se Cristo não ressuscitou somos pessoas enganadas.
  • Se Cristo não ressuscitou, então, comamos e bebamos porque amanhã morreremos.

Cristo é o primeiro da ressurreição dos mortos

V.20 Mas de fato, Cristo ressuscitou dentro os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Primícias, aqui é feito uma comparação a sistema de colheita daquela época, os primeiros frutos anunciam a colheita. A ressurreição de Cristo garante que a ressurreição dos crentes certamente se seguirá. Dormem, lembrando que se refere aos que estão mortos. Da mesma forma que os primeiros frutos estão ao ligados a colheita toda, a ressurreição de Cristo está ligado a nossa.

V. 15:20-22 Paulo dá a justificativa para a ressurreição dos mortos: Cristo é as primícias dos que dormem. Ele é primícias nos três sentidos já mencionados sob ad 20. Como outro argumento servem ainda a tipologia de Adão e Cristo (v 22) e as citações de Sl 110.1 (v 25) e Sl 8.7 (v 25 e 27). Através de Adão todos morrem e através de Cristo todos serão ressuscitados. Em Adão estamos caídos e sob maldição, em Cristo somos participantes da vida. Um representante (Adão) caiu toda sua descendência foi imputado, Deus mandou um outro representante Jesus Cristo, não de toda humanidade mas do seu povo, por onde ocorreu a imputação de nossos pecados em Cristo. Por Adão veio a morte, em Cristo veio a ressurreição para vida eterna. Aleluia !

V.15 25-26 Convém que ele reine. Cristo está reinando agora e continuará a reinar até que todos os inimigos estejam debaixo dos seus pés, ( Gn 3.15 Sl 110 )incluindo no final a própria morte.

V. 27 Aplica a forma humana, pois a conexão que Paulo dá em ressurreição com exaltação dá a certeza que se diz na obra mediadora de Cristo como servo, de maneira que vemos a ideia subordinou ao Filho toda criação, porque através da ressurreição, ele reconciliou o céus e terra ( Cl 1:20).

V. 28 Assim fica evidente que ressurreição dos mortos é nada menos que a revelação do senhorio de Deus, o domínio de Deus. Deus reina através do Cristo vivo já hoje e reinara em gloria e majestade no fim, quando Cristo entregar o reino ao Deus e Pai (v. 24). Pois, então, a história de Deus com o mundo chegará a sua finalidade. Então, Deus será tudo em todos, será honrado por todos, reinara em majestade. Então, o primeiro mandamento chegara a sua finalidade. Deus será tudo em todos os homens e em todas as coisas. Isto será eternidade, será o novo mundo de Deus, sem pecado, alienação ou morte. Então a vontade de Deus será feita. Então não haverá mais a discrepância entre tempo e eternidade.

V. 15:35-58

Depois de falar sobre a realidade da ressurreição, Paulo agora explica o “como” da ressurreição. Como a ressurreição pode ser a realidade? Esse foi o maior problema que alguns dos coríntios aparentemente não conseguiram resolver. Paulo começa usando a metáfora da semente. A semente, por todas as aparências, está morta. Como o corpo humano na morte, ela é plantada no solo. É semente – uma semente pequena e dura, que não tem nenhuma semelhança com a planta que está por vir. Mas Deus, a fonte de toda a vida, faz com que essa semente cresça. E o que essa semente se torna não é algo diferente; a semente não é completamente transformada em algo inteiramente novo. Mas o que se torna é algo muito maior do que era.

E assim acontece a ressurreição do corpo. Quando morremos, nossos corpos são semeados no solo – somos semeados em desonra. Nossa vida natural é terminada. Nossa alma é separada do nosso corpo. Nosso corpo físico frágil e fraco morre e eventualmente retorna à poeira da qual fomos levados. Mas nos versículos 42 a 44, Paulo destaca uma série de contrastes. O que foi semeado, nosso corpo “natural,” era perecível – mas se torna imperecível. Foi semeado em desonra, mas será ressuscitado em glória. Foi semeado em fraqueza – mas será elevado em poder. Foi semeado um corpo natural – mas será recriado como um corpo espiritual. Uma grande transformação ocorre.

Mas como a semente que germina e cresce numa planta, é uma transformação, e não a criação de algo completamente novo. Podemos ver isso em versículo 54:

“E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é moral se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.” v. 54

Em Filipenses 3:21, Paulo diz, [O Senhor Jesus] transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.

Transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. O nosso corpo corruptível vai se revestir da incorruptibilidade, como uma mudança de roupa. Vai haver continuidade com o que somos agora, mas haverá também uma mudança incrível, quando a ressurreição é realizada.

Agora sofremos a fraqueza desta vida, irmãos, e por isso isto é uma esperança preciosa. Esperamos o dia em que nossos corpos humildes serão iguais ao corpo glorioso de Cristo. Para aqueles que sofrem com dores crônicas, doenças, fraquezas, é uma benção pela qual esperamos com expectativa ansiosa. Até quando estamos saudáveis, quando nós envelhecemos experimentamos mudanças – e estas mudanças não são mudanças que melhoram nossas vidas físicas. Nós abrandamos. Torna-se mais difícil realizar as coisas que fizemos como jovens.

Podemos imaginar que somos jovens. Mas os nossos corpos não podem cumprir as promessas das nossas mentes. E não é apenas a deterioração física, é mental também, como resultado dos assim chamados “processos naturais.” Os processos descritos por Salomão no último capítulo de Eclesiastes começam a acontecer – os maus dias estão chegando: os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer (12.1) Até aqueles que não sofrem nesta maneira, imagine a vida eterna, num corpo que nunca vai enfraquecer, num corpo que permanece o seu corpo, mas muito melhor do que o corpo que você tem agora. Essa é a vida da ressurreição que esperamos.

Mas é uma vida ressuscitada que apenas aqueles unidos com Cristo por fé podem antecipar. Porque, mais uma vez, em versículos 47-49, Paulo apresenta uma série de contrastes. O primeiro homem, Adão, foi criado do pó da terra. E como Adão, todos os seus descendentes são terrenos, mundanos. Mas o segundo homem, o segundo Adão, o Senhor Jesus Cristo, é do céu. Todos do pó, unidos com seu antepassado, Adão, são como ele. Mas aqueles “do céu” são como o homem do céu – mudados, transformados, renovados. Todos, à parte de Cristo, carregam a imagem do homem de pó. Mas a fé nos une a Cristo, e isso nos permite a carregar uma nova imagem – a imagem do homem com origem celestial, com caráter celestial.

À parte de Cristo, nós somos mundanos, como pó, à imagem de Adão. Em Adão, todos morrem. Mas através de fé em Cristo, somos mudados. Somos renovados. Nos tornamos uma nova criação. Sim, permanecemos a mesma pessoa, mas somos transformados. Em união com Adão, nós somos simplesmente carne e sangue, a corrupção, como Paulo escreve em versículo 50. Mas quando a nossa lealdade é mudada, quando Cristo se torna tudo para nós, nós somos transformados, tornando nosso corpo incorruptíveis, imortais. Não sujeito a apodrecer. Não sentiremos mais dor, nem tristeza, um fim as lutas contra a carne fraca. Lágrimas não teremos mais. Não mais luta com você mesmo e os seus desejos pecaminosos. Não mais medo da morte. Não mais relacionamentos que quebram. Não mais derrota, nunca, para sempre, eternamente.

Fisicamente, espiritualmente, somos recriados, renovados, capacitados a herdar o Reino de Deus. Precisamos ser mudados para entrar aquele Reino – e essa mudança vem somente por fé em Cristo. Sem Cristo, a dor, a tristeza, as lágrimas, a fraqueza da carne, o pecado, os relacionamentos danificados, a dissolução dos relacionamentos, a derrota, medo da morte são tudo. Pode ignorar estas coisas por um tempo. Pode escapar a realidade usando meios diferentes. Pode comer, beber, e festejar para se esconder dos problemas e desafios da vida. Mas no fim, não há nada mais. Mas em Cristo, há liberdade. Em Cristo, há vitória. Em Cristo, e apenas em Cristo, há um futuro – glorioso, sem fim.

O crente pode confessar com alegria que depois dessa vida, não apenas a minha alma será levada imediatamente para Cristo, mas que também essa minha carne, ressuscitada pelo poder de Cristo, será reunida à minha alma e feita à semelhança do corpo glorioso de Cristo. E, Já agora sinto em meu coração o princípio do gozo eterno, pois depois dessa vida obterei a perfeita bem-aventurança que o olho jamais viu, nem o ouvido ouviu, nem o coração humano pode conceber, uma bem-aventurança para se louvar a Deus eternamente.

O foco hoje está naquela verdade. A mensagem àqueles que não submeteram a Cristo são essa: Se você não abandonar seu egoísmo, se você recusar se humilhar diante do Rei, nada disto será seu. Não existe esperança de glória eterna. Não existe esperança de bênçãos ilimitadas. A única coisa em seu futuro é o castigo eterno que você merece como rebelde contra o Altíssimo Rei do Universo.

Caro leitor, deixo a pergunta: Por que rejeitar esta mensagem? O que você tem a ganhar? Uma breve suposta liberdade? Uma breve vida mortal, pensando em si mesmo como um agente livre, que pode tomar suas próprias decisões, que pode fazer o que você quer? Algumas breves décadas de escravidão enganosa disfarçada de liberdade? Isso é tudo? Você vai aceitar isso, e rejeitar o Cristo, e tudo que Ele tem a oferecer, por causa da alguns poucos anos de prazer falso e fugaz? Considere a eternidade. Considere a ressurreição.

E para nós cristãos, precisamos lembrar por que Paulo estava se concentrando no fato da ressurreição, e os meios pelos quais essa ressurreição pode acontecer, neste momento em sua carta aos coríntios. E vemos isso em versículo 58, a declaração conclusiva da carta:

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”

“Portanto,” ele diz. Por causa de tudo o que escrevi até agora, à luz da verdade que foi revelada mais uma vez, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor.

Sede firmes e inabaláveis – essa exortação nos lembra da afirmação que Paulo fez no ínicio deste capítulo, em versículo 1: No evangelho que recebestes, perseverais. “Sede abundantes na obra do Senhor” – Podemos em 14:12 da mesma carta, onde Paulo usa a mesma terminologia – onde ele diz aos coríntios, “Procurai progredir para a edificação da igreja” – é a mesma coisa – “Sede abundantes para a edificação da igreja. Então, quando Paulo diz, “Sede sempre abundantes na obra do Senhor,” ele está pedindo aos coríntios que se dediquem a edificar a igreja, o corpo de Cristo. E finalmente, por causa de ressurreição, por causa daquela verdade gloriosa, eles poderiam saber que, no Senhor, o trabalho deles não é vão.

A eternidade com Cristo, é uma vida perfeita com Deus. Um bom entendimento e valorização da vida eterna, a ressurreição do corpo, não é uma maneira em que podemos escapar os problemas desta vida. Não buscar entendimento da ressurreição, não regozijamos na ressurreição, não meditamos na ressurreição, em vez de sermos ativos nesta vida. Na verdade, a ressurreição é o que nos motiva a ser ativos nesta vida. Saber a glória da ressurreição, saber que a nossa existência não tem fim quando nós expiramos os nossos últimos suspiros, deve nos motivar a ação – a dar tudo para fortalecer a igreja, para nos esforçar em confiança por causa de Cristo e o Seu Reino – e para fazer tudo isso com ousadia, com alegria.

Podemos ficar firmes na mensagem que nós já recebemos, podemos ficar firmes na verdade, inabaláveis, porque estamos sendo transformados na imagem do homem do céu. Estamos sendo preparados para a transformação, o momento em que nós vamos ser mudados. Estamos sendo preparados para a eternidade, para o Reino do céu. Essa transformação começa aqui e agora, enquanto o Espírito Santo faz sua obra dentro de nós. E essa transformação é absolutamente necessária para entrar na eternidade.

Sabendo a glória que o povo de Deus espera, tendo certeza da vitória, permanecermos firmes e abundando no trabalho do Senhor. Podemos abundar no trabalho do Senhor em nós, como membros do corpo de Cristo, e podemos abundar no trabalho do Senhor por meio de nós, enquanto contribuímos ao crescimento e desenvolvimento e saúde deste corpo. E, em fim, podemos saber, até quando as lutas da vida podem aparecer esmagadoras, ou desencorajadoras, ou podem nos levar a frustração ou um sentido de futilidade, especialmente quando pensamos no trabalho do Senhor no crescimento da Sua igreja, que qualquer trabalho que nós fazemos em nome de Deus não será feito em vão. Vai realizar algo para os propósitos de Deus.

Em Cristo Jesus, a vitória foi ganha. Tragada foi a morte na vitória. A morte não tem aguilhão para o povo de Deus não mais. Nós já recebemos a vitória na maior batalha desta vida. Não ganhamos nós mesmos, mais é dada a nós, no nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, damos graças ao Senhor. Qualquer desafios que temos, podemos ficar firmes, inabaláveis. Sejamos abundante na obra do Senhor. Estamos certo que nosso trabalho no Senhor não é em vão. Em Cristo, somos mais que vencedores. Como o povo de Deus, precisamos viver como mais que vencedores! Os coríntios precisavam de uma nova forma de pensar, formada pelo evangelho, e precisamos ter nossa forma de pensar reformada também. Não devemos ser derrotistas. Não devemos ficar satisfeitos quando não estamos abundando no trabalho do Senhor. Porque nós vivemos, esperando o dia quando a mudança que já começou dentro de nós será completa. No ressoar a última trombeta , quando Cristo volta, quando, num momento, num piscar de olhos, a morte é tragada pela vitória. O Senhor acelerar aquele dia. Vem, Senhor Jesus, vem Senhor Jesus!

Amém.

Deus abençoe!